22 de janeiro de 2011

O conceito de "público" de Gutenberg ao Youtube

O blogger e especialista da Internet Jeff Jarvis tem partilhado com os seus leitores partes de um livro que está a escrever sobre "o fim da privacidade e os benefícios da dimensão pública" [publicness]. Uma dessas partes é sobre a evolução do conceito de público e vale a pena dar um salto à tradução que o blog 233grados.com dela fez e que intitulou
La progresión de lo público.
O resumo é feito em quatro etapas:
a)Desde la Antigüedad hasta el Renacimiento “público” era sinónimo de Estado, y el Estado no era sinónimo de su gente;
b)En el Renacimiento), la imprenta, la música, el teatro, ... y los mercados permitieron a algunos crear sus propios públicos;
c) Para Habermas, en el siglo XVIII la esfera pública (y la opinión pública) aparecieron por 1ª vez como contrapeso al Estado;
d) Con internet, tan sólo estamos comenzando a crear una nueva noción de lo que significa lo público y el público. Al igual que nuestros ancestros en la era moderna, nosotros (todos) tenemos las herramientas (blogs, Facebook, Twitter, YouTube...) para crear y unirnos a públicos, estableciendo nuestras propias identidades y sociedades.

19 de janeiro de 2011

75 anos da rádio pública em Portugal: "a telefonia que era de todos nós"

Em A telefonia que era de todos nós, a jornalista Ana Machado dá-nos, no Público, muitos dados de interesse para irmos consultar o livro em que se baseou para a peça: "A nossa telefonia". Nele o jornalista Joaquim Vieira, em conjunto com a RDP e três investigadores evocam os 75 anos da rádio pública em Portugal. "Eram tempos de outros protagonistas nos media. A rádio reunia as pessoas à sua volta, em torno da voz que saía da caixa".

Selecção de alguns dados:

  • Sobre o livro, afirma Joaquim Vieira: "Decidimos que, mais do que um anuário ou uma abordagem enciclopédica, queríamos descrever como evoluiu a rádio pública em função das várias políticas de comunicação social dos poderes que se foram sucedendo".
  • A primeira direcção da Emissora Nacional, lembra Joaquim Vieira, com Henrique Galvão no comando, tem noção já do lugar que a rádio ocupa na vida social e política portuguesa. Mas a programação do arranque da rádio pública é considerada densa e pouco apelativa a grandes massas. Na chegada aos anos de 1940, um homem sente que o veículo rádio poderia ser um instrumento mais mobilizador do que até então tinha mostrado ser. Chamava-se António Ferro.
  • (...)  com o advento da televisão a rádio manteve por algum tempo o seu protagonismo e efeito mobilizador. E as estrelas da rádio também. Mas só enquanto os aparelhos de televisão não chegavam a todos e o novo meio que aparecia em 1957 não se tinha ainda democratizado. Mas, mesmo com o aparecimento da TV, a rádio continuava a ser um meio agregador, lembra Joaquim Vieira: "O papel agregador da rádio continuou com a televisão, nomeadamente graças à guerra que se iniciou em 1961 e ao papel da onda curta, que permitia chegar às colónias."
  • "Em 1974 já se ligava mais à televisão. Aí o protagonismo da televisão já foi maior. Mas a velha rádio ainda faz passar a senha da Revolução de Abril. E é por ela que passa o Comunicado do Movimento das Forças Armadas que abre a porta do Portugal livre".
  • "O fascínio que a rádio exercia sobre as pessoas foi-se perdendo com a TV. Foi ocorrendo uma invasão do espaço privado por este meio novo. O fenómeno de escuta colectiva de rádio que ocorria passou a fazer-se em redor da TV. Não se pode dizer que a TV substituiu a rádio. Mas é verdade que lhe roubou protagonismo. Até o star system que existia na rádio deixou de existir com a TV. Deixámos gradualmente de ter uma relação com as figuras da rádio. E essa relação não volta mais. (...)", diz Joaquim Vieira sobre o locutor das manhãs da rádio pública hoje e noutros tempos.
Foto: Fernando Pessa 'entrevista' um Perú, no Natal de 1937

13 de janeiro de 2011

Será a lógica dos blogs assim tão recente?

Sob o título "Blogging, Now and Then", Robert Darnton pergunta-se numa das edições de 2010 da revista The New York Review of Books se o fenómeno subjacente aos blogs será assim tão recente e se não poderemos encontrar, nos 'libelos' dos primórdios da imprensa periódica algo de análogo. A febre das notícias e dos rumores, a personalização da informação, a insatisfação com os processos tradicionais de circulação das notícias poderiam - mutatis mutandis - ser elementos de quadros de fundo com as suas semelhanças. O mote é dado aqui:
How new, then, is bloggery? Should we think of it as a by-product of the modern means of communication and a sign of a time when newspapers seem doomed to obsolescence? It makes the most of technical innovations—the possibility of constant contact with virtual communities by means of web sites and the premium placed on brevity by platforms such as Twitter with its limit of 140 characters per message. Yet blog-like messaging can be found in many times and places long before the Internet.
Para ler o texto completo: AQUI.