4 de novembro de 2011

300 anos de censura da Coroa portuguesa

Sob o título "Um atraso de três séculos", Matías M. Molina mostra como a Coroa, em Portugal, foi "foi rigorosa e persistente em seu esforço para impedir que a palavra impressa perturbasse sua colônia da América. O primeiro livro em língua portuguesa publicado no Novo Mundo, o D.O.M Luzeiro Evangélico, não foi escrito no Brasil, mas em “S. Thomé cidade da Índia Oriental no ano de 1708”, pelo franciscano João Bauptista Morelli de Castelnovo, como se lê na capa. Também não foi estampado no Brasil; foi “impresso em México, cidade da Índia Ocidental no ano de 1710”.
O livro não poderia ter sido impresso no Brasil porque a corte de Lisboa proibira a instalação de prelos na colônia. Tinha medo das consequências. Controlava também a entrada de obras impressas, numa tentativa, nem sempre bem-sucedida, de manter o país à margem das novas ideias e das correntes culturais que circulavam na Europa. A metrópole também dificultava a divulgação de informações sobre o Brasil no exterior, para não excitar a voracidade das outras potências".

O artigo relaciona a política do governo de Portugal relativamente às colónias com a de outras metrópoles europeias, nomeadamente a Inglaterra.

Polémica

A interpretação do autor, de atribuir à Corte portuguesa a responsabilidade pelas práticas censórias, é entretanto considerada uma mistificação pelo jornalista Alberto Dines. A peça é denunciada por escamotear o papel da Inquisição.


O texto original completo aqui: "Um atraso de três séculos"
A resposta de Alberto Dines: "A Inquisição não existiu, é invenção dos leigos".