"É bom recordar que, até à Primavera Marcelista, o regime nunca reconheceu os jornalistas desportivos, vedando-lhes o acesso à carteira profissional. Uma ignomínia! Vítor Santos, Homero Serpa, Carlos Pinhão, Carlos Miranda ou Alfredo Farinha, por sinal todos de 'A Bola', foram grandes jornalistas. A profissão não terá tido muitos repórteres da qualidade de Pinhão ou de Carlos Miranda, nem muita gente com a escrita tão limpa como o Homero ou o Farinha; e poucos chefes de Redacção terão suplantado Vítor Santos. Todos eles, figuras maiores da profissão, foram clandestinos durante anos e anos, porque o poder fascista tinha sobre a sua actividade a mesma opinião de Henrique Monteiro: era coisa menor. Devo dizer que comecei na profissão por um jornal desportivo, o 'Record', e que por lá encontrei alguns bons profissionais. E, sobretudo, numa altura em que não havia escolas de jornalismo, os jornais desportivos eram as grandes salas de aula, praticavam um jornalismo mais próximo das pessoas e dos acontecimentos, cultivavam todos os géneros, da reportagem à crónica e à entrevista, também porque, naturalmente, a censura não era tão atenta como acontecia com os jornais de informação geral."
Espaço de apoio à Unidade Curricular
de História da Comunicação e dos Média (CC-UMinho)
21 de outubro de 2009
Quando o jornalismo desportivo era "coisa menor"
Sob o título "Este Jornalismo", escreve o director do Jornal de Notícias, na sua coluna de hoje:
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