22 de novembro de 2007

Fim ao paroquialismo e ao tribalismo

"A impressão com tipos móveis constituiu a primeira mecanização de um ofício complicado e passou a ser o arquétipo de toda a mecanização subsequente. Desde Rabelais e Tomás Moro até Mill e Morris, a explosão tipográfica prolongou a mente e a voz do homem para reconstruir, à escala mundial, o diálogo humano, lançando uma ponte entre as eras, já que vendo-a apenas como uma acumulação de informação ou um meio novo para a rápida distribuição de conhecimentos, a tipografia pôs fim, psíquica e socialmente, ao paroquialismo e ao tribalismo do espaço e do tempo. A bem dizer, os dois primeiros séculos de imprensa com tipos móveis foram mais motivados pelo desejo de ver livros antigos e medievais do que pela necessidade de ler e escrever outros novos. Até ao ano de 1700 mais de metade de todos os livros impressos eram obras antigas ou medievais. Não só a Antiguidade, mas também a Idade Média foram oferecidas ao público leitor através da palavra impressa e os textos medievais gozaram de maior popularidade".

Marshall MacLuhan

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